Nanã Buruque é a Orixá mais velha do Panteão Africano, está presente na criação desde o inicio da humanidade. É a mãe da vida, da sabedoria; dona dos portais da morte. Conta a lenda que ela ajudou com suas energias na criação universo.
No Brasil é tida como a Senhora da Criação, por ser uma anciã é Também é chamada de avó, Nanã é a divindade suprema.
Grande matriarca e muita sabia. Representa a experiência da vida, os conhecimentos mais profundos. No sincretismo é representada por Santa Ana, Avó de Jesus. e os aprendizados mais profundos.
De temperamento brando, acolhe e ampara seus filhos. É temida, intransigente e austera.
Nanã é responsável pelo limpeza de todos os feitiços, é Nanã que cobre o espirito com o véu do esquecimento, no retorno a vida corporia, ajuda o espírito a livrar-se de sofrimentos da sua jornada anteriores. É a protetora dos doentes, deficientes e idosos.
Dizem que Nanã se submeteu, a ficar no anonimato devido aos erros cometido com seus filhos. Ela governa as águas da chuva, juntamente com seus filhos, Oxumarê e Euá. Nanã trabalha com as águas paradas e lodosas, das lagoas que se estendem em circulo.
Como os deuses de Daomé, em determinados momentos, ela se mostra fria, austera, implacável. Quando é trazida para o berço iorubá, se mostra extremamente amorosa, mãe generosa e fértil, uma grande companheira. É tida como a mãe do mundo.
Nanã resguarda a memória ancestral e é, por excelência, uma grande mãe, a anciã que possui o conhecimento e zela pela existência tal qual uma grande matriarca.
Em algumas regiões da África o seu nome é empregado para se referir a pessoas idosas e respeitosas, que resguardam grande sabedoria. Para os povos Jeje, da região do antigo Daomé, significa mãe.
Lenda.
No inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorum e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: - Volte já para o seu caminho rapaz! - Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades - Para passar por aqui tem que pedir licença! - Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. -Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: - O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço. O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: -Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessá-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: - Ogum não passou!
Comida - Em Almas e Angola, damos Canjica. No Candomblé: arroz, pipoca, feijão, inhame, sarapatel e milho branco.
Fruta- Melão, Ameixa, Figo, uvas e maçã
Dia Votivo - Domingo
Cor – Roxo, lilás, branco
Pedras – Seixos, ametista, Âmbar
Reino - Matas Fechadas, Lagoas, Pântanos, Lamaçal
Ferramentas – Ibiri
Elemento – Água, Terra, Ar
Sincretismo – Sant’Ana
Saudação – Salubá Nanã
Arquétipo.
Os filhos de Nana são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento das suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. Parecem ter a eternidade à sua frente para acabar os seus afazeres; gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.
Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.
As pessoas de Nana podem ser teimosas e “ranzinzas”, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. As suas reações bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Embora se atribua a Nana um carácter implacável, os seus filhos têm grande capacidade de perdoar, principalmente as pessoas que amam. São pessoas bondosas, decididas, simpáticas, mas principalmente respeitáveis, um comportamento digno da Grande Deusa do Daomé.